Um artigo publicado no jornal de uma Paróquia de Belo Horizonte...

É interessante... Vale a pena ler...

 

Naquele tempo Moisés foi surpreendido com um acontecimento inesperado. Encontrou seu povo, e povo de Deus, adorando um bezerro de ouro. Ofereciam sacrifícios ao ídolo, comiam, bebiam e dançavam. Moisés se indignou. Hoje, essa narração bíblica parece risível a muita gente, entretanto a lembrança desse episódio só muda o objeto da adoração cuja matéria-prima é a mesma, o ouro ou coisa que o valha como valor supremo ou objeto de uso de consumo. O poeta Virgílio se referia à “sacra” fome de ouro, dinheiro, de propinas. Ganhar na loteria, para muitas pessoas, é o maior sonho de consumo. Como objeto de consumo, parece que nossa geração optou eleger o smartphone como o maior ícone da deusa tecnologia. Presta-lhe, por vezes dia e noite, sua reverência, se mantendo de cabeça baixa horas e horas seguidas. Namastê é um cumprimento sânscrito, que significa “curvo-me diante de ti”. Na ioga, namastê é o cumprimento que se dirige ao instrutor e significa “eu sou vosso humilde criado”. Fico imaginando que as pessoas nomofóbicas, isto é, que não se desgrudam do celular, tão logo acordam de manhã dirigem seu smartphone o cumprimento namastê. A palavra nomofobia é abreviação de “no mibilephobia”, que significa medo de ficar sem celular. Uma pessoa monofóbica mal sabe o que é conversar cara a cara, olhando de frente, muito menos, olhando nos olhos de seu interlocutor que neste caso, deixa de ser interlocutor. E, quando o é, o celular funciona como uma espécie de moço de recado sempre à disposição, desde que esteja ligado e à mão. Use com moderação! (Prof. Antônio de Oliveira).